Um alvo abatido é sempre questão de tempo: ou de sorte, ou de ódio, e quem escolhe é a moeda. Você pressente tua queda, tua cara no asfalto; alguém torce teu braço com um joelho nas costas. Onde cê pensa que ia? e ganha um tapão na cara. A multidão forma roda e, de olho em olho, te encaram. As mulheres costumam ser as mais compassivas — toda regra, no entanto, tem a sua exceção. E teu alvo estampado é licença pra isso: vem o cuspe em cheio, como se teleguiado. Celulares a postos, a audiência te filma; você imagina tua mãe recebendo esse vídeo. Ainda debaixo da chuva, ainda sonha teu pai. Alguém tem que morrer, eles decidem lá em cima. Você decide aqui embaixo: não seremos nós. 

► E quem se exime nessa hora também já decidiu seu lado...