O trem se preenche e eu fico pra fora. A ansiedade me toma, não posso mais esperar: pulo dentro dos trilhos. Começo a correr atrás. Ganho velocidade e, num impulso, me livro — de toda a gravidade: eu começo a voar! Supero trilhos e túneis até a luz no seu fim. O céu abre passagem; vou acima dos muros; avisto a ordem vigente e impotente às minhas asas. Entre ruas e os prédios, vou me guiando sem medo: o horizonte é tão além do que me fizeram crer... Lá na frente, Isadora caminha desavisada. Vou de encontro, rasante, e pouso ante seus olhos. O que você faz aqui? Eu não pude esperar. Então envolvo seu rosto e me entrego a sua boca. Como é que se voa? Eu só penso em você.

porque deus te fez assim
dona de mim

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